O BRT é um modelo de transporte presente em mais de 180 cidades pelo mundo. Grandes cidades como Los Angeles, Nova Iorque, Quebec, Paris, Londres, Sidney, entre muitas outras em todos os continentes, o utilizam como meio de transporte em massa. No Brasil, mais de vinte cidades contam com BRT, como Brasília, Fortaleza, Curitiba, Belo Horizonte, entre outras. Atualmente, o sistema está sendo implantado ou em fase de planejamento em 121 cidades, e em outras 55 o BRT está em expansão.
Diferente do sistema tradicional, um dos grandes benefícios do BRT é a sua maior agilidade no deslocamento, adiantando o lado de quem usa. Por trafegar em via exclusiva, ele consegue, além de aumentar sua velocidade, ter maior confiabilidade e precisão no horário de partida e chegada, sem pegar engarrafamento. Utilizando as linhas atuais, quem se encontra na região do Shopping da Bahia e deseja chegar ao Itaigara, pela Av. ACM, pode levar até 45 minutos durante o horário de pico da manhã. Com o BRT, o tempo de deslocamento diminui pra cerca de 15 minutos.
O BRT está beneficiando a vida dos soteropolitanos e visitantes, facilitando o uso do transporte público e tornando mais rápido o trajeto em uma das principais regiões de tráfego da nossa capital, o trecho entre as estações da Lapa e Rodoviária, através das avenidas Vasco da Gama, Juracy Magalhães e ACM, além do trecho entre Rodoviária e Pituba. O projeto do BRT Salvador incluiu a implantação de vias exclusivas para a circulação do modal; viadutos e elevados, para solucionar problemas de trafegabilidade; drenagem de canais, resolvendo questões de alagamento em períodos chuvosos; e ciclovia em todo o seu percurso. O BRT melhorou a mobilidade de toda a região, permitindo que todas as pessoas, que utilizam diariamente o transporte público neste trecho, sejam diretamente beneficiadas.
Uma das maiores obras de mobilidade realizadas em Salvador nos últimos tempos, O BRT faz a ligação da Rodoviária até a Estação da Lapa, oferecendo um transporte de qualidade, eficiente, com a capacidade de transportar um número bem maior de passageiros, de forma mais rápida e segura, através de vias expressas. Diante da grandiosidade da obra, ela foi dividida em três etapas: trecho 1, que vai desde a região do Shopping da Bahia até o Cidadela; trecho 2, que vai desde o Cidade Jardim até a Estação da Lapa; e o trecho 3, que vai desde o Parque da Cidade até a Praça Nossa Senhora da Luz.
Já o trecho 3, entre o Parque da Cidade e a entrada do Parque Júlio Cesar, conta com três estações, implantadas nos pontos de maior embarque e desembarque dos usuários do transporte coletivo da região: Parque da Cidade, Itaigara e Pituba. Neste trecho, o BRT contará com a linha estendida até a Praça Nossa Senhora da Luz, de onde vai retornar para a faixa exclusiva. Ao todo, a obra terá 13 estações com sistema de segurança, painéis com tempo de espera dos ônibus e muito mais.
O trecho 2 é o mais longo, com cerca de 6 km até a Estação da Lapa, tendo sido inaugurado em abril de 2024 Neste trecho, foram construídos 2 elevados. Um deles fica nas imediações do Vale das Pedrinhas, outro na saída da Av. Anita Garibaldi sentido Juracy Magalhães, eliminando o cruzamento com a Av. Vasco da Gama e criando uma via expressa sentido Av. Luís Viana (Paralela).
Já o trecho 3, entre o Parque da Cidade e a entrada do Parque Júlio Cesar, conta com três estações, implantadas nos pontos de maior embarque e desembarque dos usuários do transporte coletivo da região: Parque da Cidade, Itaigara e Pituba. Neste trecho, o BRT opera uma linha estendida até a Praça Nossa Senhora da Luz, de onde retorna para a faixa exclusiva. Ao todo, são 14 estações com sistema de segurança, painéis com tempo de espera dos ônibus, terminais de autoatendimento para aquisição do Cartão SalvadorCard e créditos eletrônicos de passagem e muito mais.
O Projeto BRT foi pensado, em cada detalhe, para ampliar e garantir um serviço de transporte público de qualidade, com base no respeito e no compromisso com a preservação do meio ambiente. Entre as ações, que buscam minimizar os impactos ambientais, estão a utilização de ônibus 100% elétricos, que não poluem a atmosfera, a implantação de ciclovias no percurso, além da reestruturação do atendimento de transporte na região, reduzindo a quantidade de linhas que circulam nos trechos atendidos pelo BRT e a consequente redução no número de ônibus movidos a diesel nestes locais.
Para implantação do BRT, foram realizados o Estudo de Impacto Ambiental – EIA, e o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, além de audiências públicas no Ministério Público do Estado da Bahia, com a participação da sociedade que acompanhou todo o processo de Licenciamento Prévio concedido pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, o COMAM.
As obras do BRT foram executadas com base em estudos de reestruturação urbanística e paisagismo, intervenções no tráfego com novos viadutos, acessos, ciclovias, rearborização e obras de macro e micro drenagem. Tudo para garantir que o desenvolvimento urbano esteja em sintonia com o meio ambiente. O projeto para implantação do BRT seguiu todos os trâmites legais com base no artigo 225 da Constituição Federal, na Lei Federal 6.938/81, na Resolução CONAMA 237/97, na Lei Complementar 140/2011, na Lei Municipal 9.148/16 (LOUS), na Lei Municipal 9.069/16 (PDDU), na Lei Municipal 8.915/15 (Política Municipal de Meio Ambiente) e na Lei Municipal 9.187/17 (Plano Diretor de Arborização Urbana).
O BRT de Salvador utiliza da tecnologia para dar mais eficiência à operação. Todo o percurso é acompanhado, em tempo real, por um Centro de Controle Operacional próprio do sistema, para que tudo ocorra com a maior agilidade possível e o usuário pode acompanhar a previsão de cegada dos ônibus às Estações através dos painéis de previsibilidade.
Com câmeras de monitoramento e operadores em cada uma das estações, o CCO do BRT está em contato direto com os operadores para alertá-los sobre quaisquer situações que possam interferir na operação durante todo o trajeto. Este tipo de CCO foi inspirado em sistemas que já têm a operação do BRT consolidadas, como em Bogotá, na Colômbia, em Recife e Belo Horizonte, por exemplo.
O BRT não tem somente veículos motorizados. As vias expressas são acompanhadas por uma ciclovia separada dos demais veículos, garantindo maior segurança ao ciclista. Todo o projeto, incluindo os três trechos, tem aproximadamente 10 km de extensão de malha cicloviária.
A sinalização também está sendo reforçada na região, oferecendo maior segurança aos ciclistas ao saírem da via exclusiva para acessar localidades nas imediações.